27.7.08

14. Do Estudo do Solfejo e da Respiração

A leitura musical é o primeiro e mais importante de todos os estudos relativos a esta arte; o grau de perfeição que nela se pode obter é a base do futuro sucesso do discípulo, e o único meio de consegui-lo é trabalhar com muito cuidado e atenção em tudo o que se relaciona com o solfejo.
Solfejar, significa cantar os nomes das notas, observando rigorosamente os seus diferentes valores, dividindo com muita igualdade os tempos do compasso e tão regularmente como o pêndulo de um relógio, e continuando assim até ao fim da peça sem alterar o movimento, em qualquer sentido que seja.
Sendo o único fim do solfejo executar perfeitamente os valores das notas e seus intervalos, é inútil e prejudicial contar com voz forte, porque fatiga o peito e destrói a voz. Contudo o mestre deve observar, com muito cuidado, que o som seja emitido naturalmente, com pureza e sem que produza efeito nasal, gutural e desagradável.
Os nomes das notas devem ser articulados nitidamente, dando às vogais o verdadeiro som que devem ter. Fazendo adquirir este bom hábito aos discípulos, obtém eles para o futuro imensa vantagem na correta pronúncia, indispensável a um bom cantor.
Há pessoas que tendo a voz falsa não podem cantar e por isso se destinam ao estudo de algum instrumento; todavia para que adquiram o necessário conhecimento da música, se lhes fará solfejar marcando o compasso e nomeando as notas.
A respiração é uma espécie de pontuação musical. Usando dela sem discernimento far-se-ão numerosos contra-sensos nas frases musicais de qualquer gênero de música vocal. É de regra não respirar senão no fim da frase, pois que aí termina o sentido das idéias que a compõem; todavia se pode tomar “meia respiração” depois de cada membro da frase, aonde se toleram pequenos repousos intermediários. A respiração deve ser tomada naturalmente e sem ruído, assim como deve evitar-se o tomá-la no último momento.


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